Ilustração: Lord Velprost
Me deixar jogado aqui nesse canto mofado, amarrado nessa camisa de força não vai mudar nada do que eu fiz. E não vai mudar nada que aquela vagabunda fez.
Não me arrependo em absoluto. Depois de toda a minha vida dedicada a ela, depois de tudo que sacrifiquei por ela, me golpear daquela forma? Não... Não me arrependo mesmo.
Com ela, o que eu fiz foi pouco. Ela sofreu pouco antes de morrer. Pena que não tinha muito do ácido e mal deu para queimar seus seios – gargalhadas. – Arrancar suas unhas foi interessante, mas nada se compara ao branquinho da carne se abrindo e logo em seguida sendo coberta por sangue, em cada pedacinho que eu cortei.
E ele? E ele então? Matar não seria nada demais. Cortar o pau fora também não. Sou um gênio – gargalhadas –, um gênio. Nunca mais vou esquecer do pavor em seus olhos. Sentado naquela cadeira, sem poder se mexer e tendo que comer cada pedacinho dela – gargalhadas –, cada pedacinho daquela vaca.
Acho que agora meu filho aprendeu a me respeitar. Nunca mais vai comer outra mulher minha.
M.D. Amado
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