Conto: Eduardo Capistrano
Ilustração: Daniel Gonçalves
Somos os únicos habitantes desta casa decrépita. Eu e meus filhos. Eles bicam meus seios, e sorvem os filetes de sangue, apenas o suficiente para lhes dar força para voar. Abro a janela por força do hábito, pois o telhado destruído inunda o sótão com a luz da lua cheia. Deixo que voem na noite, que visitem os dormentes em seus leitos, devorem seus sonhos, e me tragam despedaçados anseios, cacos de segredos, medos esmagados, para que eu também sacie minha fome...