Texto: Fabiano Vianna
Notícia de carnaval:
Matou a guria e foi pro Passeio Público.
Camuflou-se entre os arbustos, dias virando musgo, comendo ração de pelicano e pedaços de fotografias lambe-lambe.
Não era monstro nada, disse o frade.
Tadinha da garota Nike que treinava corrida distraída com fone no ouvido.
O da Bicicletada também se assustou.
Carlos Machado, Jaques Brand...
“Achei até que fosse um bicho”.
O delegado Tavares com gravata de café.
Ventilador desligado, em Curitiba não tem muito uso.
“Não fui eu que matei não senhor. Minha mão que foi guiada”
O capuchinho das Mercês com o terço e o livro em mãos.
Saiu no jornal que o monstro do pântano vagava pelo parque à noite.
Walking Mud: está até no Youtube.
Pensei que o lodo tinha finalmente vindo à tona.
E o sujeitinho se entregou, arrependido.
“Que desgraceira, minha vida até que era boa”.
Foi lá e desenterrou a faquinha com sangue no pé do plátano.
“O corpo joguei no Rio Belém”.
Francisco Gusso
Seus trabalhos podem ser visualizados no site http://franciscogussoarts.blogspot.com Fabiano Vianna *
Brasileiro. Nasceu em Curitiba, Julho de 1975. Formado em Arquitetura e Urbanismo. Trabalha como diretor de arte, designer, ilustrador e escritor. Como escritor expressa sua literatura na forma de fotonovelas. Lançou em Outubro de 2009 a revista de literatura pulp, Lama. Em Junho de 2011, lançou a Lama nº 2. Gosta de Moleskines, fotonovelas, charutos, lambretas, gravatas, noir e literatura fantástica. Não fica nem um dia sem o café tradicional das padarias do centro da cidade. Mantém também o site de fotonovelas www.crepusculo.com.br e o blog www.contosdapolpa.blogspot.com.
* No meu blog pessoal há uma outra versão deste conto, chamada" O monstro que o frade capuchinho foi chamado para lidar". Esta maior foi , na verdade, a 1ª versão, com mais detalhes. Depois, resolvi resumir ao máximo as informações chegando nesta, enxuta, que publiquei na Lama. Para ler a 1ª, clique aqui: http://www.contosdapolpa.blogspot.com. (Fabiano Vianna)
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