Ilustração: Raro de Oliveira
Quando fui raptada contava com treze anos. Aconteceu como num sonho, mas eu não estava dormindo. Fui jogada ali. Lugar escuro. Sótão da alma. Negros dias de navalha. Apenas eu e meu algoz. Solidão e dor. Gritar não adianta. Que tipo de gente era aquela sem vizinhos? De quantas maneiras é possível torturar alguém? E por quanto tempo? Anos.
Falta pouco agora, estou deixando o mundo. Último suspiro e o pensamento: Quanto mais morta melhor.
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