Ilustração: Raro de Oliveira
O acesso ao sótão ficava no quarto, onde eu dormia, quando passava o fim de semana na casa dos meus avós.
Eu deitava, cobria minha cabeça com o cobertor e tentava dormir antes de ouvir os passos descendo a escada. Raramente eu conseguia. A luz do abajur projetava na cama a sombra de alguém caminhando. Nunca tive coragem de espiar quem era aquele que vinha do sótão e saía pela janela.
Na última vez que dormi na casa velha, eu havia acabado de deitar quando minha avó entreabriu a porta do quarto, chamou-me e fez uma pergunta qualquer. Ao respondê-la, percebi que havia alguém atrás da porta, que se fechou antes que eu pudesse me esconder sob as cobertas. Fiquei sentado na cama, olhando fixamente para o vulto:
– Vóóóó! – gritei no auge da agonia.
O vulto aproximou-se:
– O que foi meu querido? Deite-se, você precisa dormir – parecia ela, porém sem os olhos.
Do caralho man!! Final bombástico e assustador. Cria uma super atmosfera de terror. Terror clássico de casa assombrada. Os vultos, a vó sem olhos... Dá vontade de ver uma animação disso! F.
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