Ilustração: Francisco Gusso
Estou de pé. No sótão da casa. Minha casa? Sim, minha casa. Não tenho dúvida... Estou de pé no sótão fazendo o quê? Estou em minha cama. Ouço barulhos. Estalos que vêm de cima. Pantufas. Há um vulto na sombra. É um manequim. Não é um manequim! Está se mexendo! Faz sol. Estou no quintal. De pé. Vejo alguém que me olha da rua. Barba ruiva volumosa. Estou na rua. De pé. Vejo alguém que corta grama. É noite. Uma claraboia sem tranca. Múltiplos cortes. Sangro. Ele. Não sou eu quem sangra. De pé. Com uma faca vermelha na mão. A barba molhada. Não. Esta não é minha casa! Aconteceu de novo.
Demais man!
ResponderExcluirBom o desafio de escrever num determinado tamanho né?
Achei este seu conto bem "Karamzístico" no sentido que não se define onde está, nem quem é.
Um jogo de palavras e mudanças de narrador/personagem
Muito bom!
Adorei tudo.
Muito bom o quanto conseguiu terminar de uma maneira surpreendente.
A última frase faz o leitor repensar tudo.
Ué...como assim, aconteceu de novo?
Muito bom!!
São raros os minicontos que conseguem evocar um mistério/jogo e conseguir fechá-lo com uma chave que encerre a ideia.
Foram poucos que conseguiram isso e o seu finaliza de maneira esplêndida!
Yeah man!!
Você é foda
Abração!!!
F.